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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Catadores de caranguejo encontram alternativas de sustento no mangue

É na maré baixa que o catador de caranguejo entra no mangue. Ele leva uma armadilha proibida pelo Ibama.

Os catadores de caranguejo do Espírito Santo descobriram uma outra atividade econômica nos manguezais. Mas o novo trabalho também tem seus riscos.

É na maré baixa que o catador de caranguejo entra no mangue. Ele leva uma armadilha proibida pelo Ibama.

A rede feita de plástico é esticada na entrada da toca. Centenas são espalhadas pelo manguezal. Quando o bicho aparece, dificilmente escapa.

"Pessoas que não eram catadores tradicionais estão ingressando, agravando mais ainda o problema", diz Iberê Sassi.

O problema é que já não está tão fácil encontrar o caranguejo do jeito que os restaurantes gostam. Grande, no ponto de ir para o prato.

Aos poucos, em uma área, no norte do Espírito Santo, vai mudando a forma dos catadores de caranguejo olharem para o mangue. Por lá ninguém estranha quando vê os catadores de caranguejo se preparando desse jeito para entrar no manguezal.

Além do macacão, botas, máscara, luvas e pó de serra. Fumaça é fundamental.

E, é claro, que para acompanhar todo esse trabalho, a equipe também vai protegida. Ninguém chega perto de abelha de qualquer jeito.

As abelhas do mangue fazem a casa em tocos de árvores a parte oca vira esconderijo.
Os catadores de caranguejo receberam treinamento. Aprenderam a separar os favos com a cria das abelhas. E a achar a rainha, sempre protegida pela maioria. Ela é a primeira a ir para a caixa.

O enxame faz fila para acompanhar a rainha. A natureza ensina. O catador de caranguejo mudou de comportamento.

"Nós 'matava' praticamente o enxame. Hoje nós o capturamos do mangue e nós passamos a cuidar dele com maior carinho porque ela vai ser fonte de vida para nós no futuro", diz Josenil Lirio, catador.

O futuro passa pelo apiário. Um "condomínio" de abelhas, de frente para o mangue.
Os catadores de caranguejo vão receber certificados. Agora também são apicultores. A produção vai muito bem. Eles já fazem as contas.

"Cada caixinha tem 10 quadros de mel. Valor, R$ 200", diz um deles.

A colheita, por enquanto, é para o consumo próprio. Mas não demora para uma sala adequada para extração do mel começar a funcionar. Mel que tem tudo para virar alternativa na época de reprodução do caranguejo, quando é proibido pegar o bicho. O Júlio pensa no futuro do filho.

Caranguejos e abelhas: a vida das famílias que dependem do mangue ficou mais rica.

Fonte:G1

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