É na maré baixa que o catador de caranguejo entra no mangue. Ele leva uma
armadilha proibida pelo Ibama.
Os catadores de caranguejo do Espírito Santo descobriram uma outra atividade
econômica nos manguezais. Mas o novo trabalho também tem seus riscos.
É na maré baixa que o catador de caranguejo entra no mangue. Ele leva uma
armadilha proibida pelo Ibama.
A rede feita de plástico é esticada na entrada da toca. Centenas são
espalhadas pelo manguezal. Quando o bicho aparece, dificilmente escapa.
"Pessoas que não eram catadores tradicionais estão ingressando,
agravando mais ainda o problema", diz Iberê Sassi.
O problema é que já não está tão fácil encontrar o caranguejo do jeito que
os restaurantes gostam. Grande, no ponto de ir para o prato.
Aos poucos, em uma área, no norte do Espírito Santo, vai mudando a forma dos
catadores de caranguejo olharem para o mangue. Por lá ninguém estranha quando
vê os catadores de caranguejo se preparando desse jeito para entrar no
manguezal.
Além do macacão, botas, máscara, luvas e pó de serra. Fumaça é fundamental.
E, é claro, que para acompanhar todo esse trabalho, a equipe também vai protegida. Ninguém chega perto de abelha de qualquer jeito.
As abelhas do mangue fazem a casa em tocos de árvores a parte oca vira
esconderijo.
Os catadores de caranguejo receberam treinamento. Aprenderam a separar os favos com a cria das abelhas. E a achar a rainha, sempre protegida pela maioria. Ela é a primeira a ir para a caixa.
Os catadores de caranguejo receberam treinamento. Aprenderam a separar os favos com a cria das abelhas. E a achar a rainha, sempre protegida pela maioria. Ela é a primeira a ir para a caixa.
O enxame faz fila para acompanhar a rainha. A natureza ensina. O catador de
caranguejo mudou de comportamento.
"Nós 'matava' praticamente o enxame. Hoje nós o capturamos do mangue e
nós passamos a cuidar dele com maior carinho porque ela vai ser fonte de vida
para nós no futuro", diz Josenil Lirio, catador.
O futuro passa pelo apiário. Um "condomínio" de abelhas, de frente
para o mangue.
Os catadores de caranguejo vão receber certificados. Agora também são apicultores. A produção vai muito bem. Eles já fazem as contas.
Os catadores de caranguejo vão receber certificados. Agora também são apicultores. A produção vai muito bem. Eles já fazem as contas.
"Cada caixinha tem 10 quadros de mel. Valor, R$ 200", diz um
deles.
A colheita, por enquanto, é para o consumo próprio. Mas não demora para uma
sala adequada para extração do mel começar a funcionar. Mel que tem tudo para
virar alternativa na época de reprodução do caranguejo, quando é proibido pegar
o bicho. O Júlio pensa no futuro do filho.
Caranguejos e abelhas: a vida das famílias que dependem do mangue ficou mais
rica.
Fonte:G1
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